quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Texto: conversa telefônica

Por Rosangela Alexandrine dos Santos

Triiiiiiim ... triiiiiiiiiiim ... triiiiiiiiiiiiim

- Alô
- Alô amiga, te acordei?
- Claro, são 6 horas da manhã!!
- Desculpe, mas tô apavorada!
- O que houve!?
- Fiz uma besteira, não sei como, mas fiz!
- Que besteira mulher!
- Você sabe do meu sonambulismo, ai o que eu fiz meu Deus!?!
- Amiga, fica calma e me explica, não to entendendo nada...
- É que eu posso ficar uns meses fora, ou alguns anos, aaaiiiii....
- Criatura, pelo amor de Deus, fica calma!
- Estou ouvindo, já tem gente no portão! Que aflição! Fui descoberta!
- Você está me deixando apavorada! Me conta o que houve!
- Ai estão me chamando, chamando meu nome, não tem mais jeitooo...
- To indo praí agora!

A amiga chega e chocada, vê a sua apavorada parceira às gargalhadas com um boneco nos braços, visivelmente irritada pergunta:

- Posso saber que loucura é essa? Eu quase tive um colapso, quase bati o carro, quase chego com a polícia e vc aí rindo com esse vodu na mão?

E a amiga, ainda rindo muito explica:
- Desculpe, minha amiga, hoje acordei com a campainha e quando atendi apressada vi um corpo caído no chão, um cadáver! Achei que tinha saído de casa em estado de sonambulismo e encarnado algum justiceiro doentio e, ainda, tinha largado minha vítima na porta de casa. Quando você desligou o telefone e eu me dirigi para a porta a fim de me entregar para a polícia. Foi quando vi que o "cadáver" era um boneco usado pela trupe de teatro do meu "querido irmãozinho", que após um ensaio, resolveram ir para a noite zoar com o boneco. Fim de farra, despacharam meu irmão, calibrado, e o boneco. Meu irmão entrou e o boneco ficou!
- E quem tocou a campainha?
- A minha vizinha fofoqueira que viu a chegada de meu irmão e achou que o "amigo dele" tinha dormido na calçada!

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