quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Texto: conversa telefônica

  Por Elizabete  Pereira Pardinho

- Beth, pelo amor de Deus, estou desesperada e só você poderá me ajudar.

- Calma, criatura. O que houve? Que desespero é este? O furacão Sandy passou por ai? São 6h00 da madrugada, espero que tenha uma razão muito, mas muito boa para me acordar a esta hora da madrugada em pleno domingão.
- Você precisa me ajudar!
- O que aconteceu? Estou começando a ficar preocupada, pare de chorar!
- Beth, havia um cadáver na minha porta.
- Como assim, um cadáver na minha porta? Agora sou eu que vou começar a me desesperar; você matou o traste do Raul, né, eu sabia que este relacionamento ia dar nisto, mas bem que você demorou pra dar cabo nele, se ele fosse meu namorado, já teria mandado ele para o inferno há tempos.
- Cala está boca e me ouça!
- Fala, fala que eu te escuto.
- Pára de brincadeira que o negócio é sério. Ao acordar, fui até o banheiro e escutei a campainha, corri até a porta pensando ser o Raul e quando a abri, vi um homem caído; olhei em torno e não vi nada, abaixei-me então e o toquei, seu corpo estava rígido e frio, parecia morto.
- Se estava rígido e frio, com certeza passou desta para melhor.
- Fecha esta matraca e me escuta, estou tremendo até agora, então corri para dentro para ligar para polícia.
- Meu Deus! A coisa é séria mesmo!?
- Se é, a polícia veio rapidamente, porém quando chegaram não havia nenhum cadáver no corredor e ainda por cima quase me prenderam por achar que eu havia passado trote, falaram para eu parar de tomar Lexotan.
- Como assim? Afinal tinha ou não tinha um cadáver?
- Espere um pouco que a campainha está tocando
- Beth, você ainda esta aí?
-Puxa vida! Você me deixou esperando quase uma hora! Estava tentando ouvir a conversa aí , mas só ouvia ruídos, o que aconteceu?
- Sabe aquela vizinha do 301, aquela fofoqueira que sabe da vida de todo mundo?
- Ah, sim.
- Era ela que estava aqui, veio perguntar o que a polícia fazia aqui e expliquei –lhe a situação , então ela me disse que o rapaz que estava caído é o seu irmão fazendeiro que mora no interior e que está passando uns dias aqui e que o rapaz tem àquela doença que a pessoa parece estar morta, acho que chama epilepsia; ele está no apartamento dela e já foi medicado,enfim está tudo bem , foi só um susto mesmo, e que susto!
- Clara, o rapaz é bonitão?
- Bonitão e saradão.
- Então, pergunta para dona Nieta se ela não está precisando de uma cunhada para cuidar do irmão?
- ???

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