domingo, 4 de novembro de 2012

Texto: conversa telefônica.

Por Nathali Ingrid de  Castro.

- “Eu quero tchu, eu quero tcha Eu quero tchu tcha tcha tchu tchu tcha ♪ ♫”
- Alô? Alô?
- (Respiraração descompassada) - Alô? Desculpe ligar tão cedo eu não sabia com quem falar...?
- Nossa! O que foi? Aconteceu alguma coisa?
- Eu acho que estou ficando louca, eu não sei...
- Como assim, me fala o que aconteceu?
- Eu te disse que esse apartamento me dava arrepios, fiquei ouvindo passos por toda a noite...
- Você não está falando coisa com coisa, se acalma e fala o que aconteceu.
- Eu disse que estava ficando louca, eu disse, mas é tudo real, pareceu tão real.
- Se você não se acalmar eu não vou entender nada! Quer que eu vá até aí?
- Não, eu não quero ficar aqui!
- Eu vou e te busco, te trago para casa, é isso que você quer?
- Não, eu só precisava falar com alguém.
- Então me explica o que aconteceu.
- Essa noite eu não consegui dormir, acordei com alguém me chamando...eu não sei, pode ter sido imaginação minha, saí para o corredor do prédio e não tinha ninguém.
- Só isso?
- Não, eu voltei para a cama, depois voltei a acordar, dessa vez ouvi passos, levantei, fui até a porta e fiquei escutando, olhei pelo olho mágico e não vi ninguém, mas eu ainda ouvia os passos, comecei a sentir aquele arrepio de novo, lembra que eu te disse que esse apartamento me dava cala frios?
- Eu acho que você só ficou impressionada, não foi nada de mais não é?
- Não, não foi isso! Você não sabe o que aconteceu!
- Então me conta, eu quero ajudar...
- Eu tentei tirar aquilo da cabeça, pensei que só estava cansada, mas hoje de manhã...(silêncio)
- Continua, vai?
- Hoje de manhã eu acordei, olhei para o relógio, fui tomar banho, tentei tirar essas coisas da minha cabeça, então ouvi a campainha tocar. Peguei a toalha e me enrolei, fui até a porta e perguntei quem era.
- Quem era afinal?
- Era você!
- Hahahahahaha, isso é alguma piada não é?
- Não! Eu juro que não! Alguém com sua voz respondeu, eu juro! Você tem que acreditar em mim!
- Eu sei, mas é que estranho, você me liga a essa hora, quer dizer, e olha o tipo de coisa que está me dizendo?
- (Choro).
- Calma, eu acredito, desculpa, eu não quis ser rude, me diz o que aconteceu, eu acredito em você.
- Não, você não vai acreditar no que eu vi!
- Me conta, eu vou acreditar!
- Quando eu saí no corredor, vi um homem caído na porta, levei um susto, pensei que pudesse ser alguém que estava passando mal, me abaixei e quando toquei nele ele estava frio, o corpo estava sem pulso, dei um grito, pensei que alguém ouviria, mas ninguém saiu para o corredor!
- Você já ligou para a polícia?!
- Não, depois que eu gritei senti como se alguém tivesse me dado um golpe na cabeça, alguém atrás de mim, de dentro do apartamento, sabe? Perdi os sentidos e quando acordei estava sozinha na porta, não tinha mais ninguém lá, e o corpo tinha desaparecido!
- Como assim?!
- Eu estava caída com parte do corpo no corredor, olhei para todos os lados, mas não tinha ninguém! Corri para o banheiro, examinei minha cabeça e procurei por qualquer sinal da pancada, mas não havia nada, pensei em ligar para a polícia, mas o que eu diria? Eu não sabia o que fazer então liguei para você e ... – ding dong (campainha) – tem alguém na porta.
- Não atende! Você não sabe o que está acontecendo, espera eu ir até aí!
- ding dong ding dong – Eu preciso atender, deve ser alguém que ouviu a gritaria, eu vou ver quem é – crrrrr (ranger da porta abrindo).
- Ah!
- O que foi? Tem alguém aí? Alô? Alô?!
- Tu...tu....tu...tu....

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