segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Experiências com a leitura

Su Blackwell - esculturas em livro

      A primeira proposta do curso de Leitura e Escrita em Contexto Digital nos convidou a compartilhar nossas experiências com a leitura e escrita na forma de depoimentos transcritos abaixo:


Ana Maria Baptista Alves:

"Entrei na escola com 7 anos incompletos no antigo primário em 1971.

Sempre tive professores de língua portuguesa que incentivavam a leitura.
Éramos convidados e convocados a ler na quinta série os livros da coleção Vagalume. Dessa série, o primeiro que li foi a Ilha Perdida"
Lembro que lemos também O Escaravelho do Diabo, que gostei muito e também tive "medo" durante a leitura..... (risos)
Meus livros didáticos e paradidáticos sempre foram todos comprados pelos meus pais, meu pai era comerciante proprietário de mercearia. 
Sempre tive muitos livros. 
Meu pai sempre leu muito mais que minha mãe e desde pequena sempre o observava quando lia. 
No mesmo ano que entrei na escola meu irmão nasceu. Na época uma tia tinha uma banca de jornal e sempre que nos encontrava presenteava meu irmão com livros. Ela deu para ele a coleção de Contos Infantis da Disney que era composta de livrinho de estória de um compact disc (disco de vinil pequeno).... kakakakaka compact disc.... como é bom lembrar a evolução que nos trouxe cds e dvds. Por termos uma diferença de idade de 7 anos, meu irmão e eu ouvíamos juntos a coleção e eu fazia a leitura em voz alta para nós dois. 
Os contos de fadas na formação da gente é muito importante,.... os contos de fadas são repletos de filosofia e transmitem valores morais, além de nos fortalecer na identificação com algumas personagens. 
Hoje mesmo sendo "viciada" em computador não descarto o manuseio e a leitura de um bom livro. 
Me imagino na velhice numa casa aconchegante, tendo como vista céus e montanhas e eu sentada na varanda lendo um bom livro!" 

Elizabete Pereira Pardinho:

"Desde pequena sempre gostei muito de ler, embora em minha casa nunca recebesse incentivo. Quando adolescente no início do ano letivo, tínhamos que comprar livros didáticos, lia todos antecipadamente, principalmente o de português, e simplesmente adorava quando precisava ler algum livro para fazermos análises literárias: "Escaravelho do diabo", "A moreninha", "Helena" e tantos outros, também gostava de fotonovelas. Na oitava série, confesso, fiz amizade com uma menina somente porque ela trabalhava numa banca de revistas e livros e quando saia da escola corria até a banca e ficava lá um tempão, só lendo, até o patrão chegar e acabar com nossa festa."

Leila Aparecida Almeida Prado:

"Queridos participantes, gosto de ler desde muito cedo, cresci em um Colégio Interno e por ser muito tímida sempre me refugiei na leitura. No colégio Casa do Puríssimo Coração de Maria (Guaratinguetá-SP) a irmã responsável pela biblioteca -Aurora Penido- sempre me incentivou. No segundo ano lia livrinhos com surpresas (abriam-se portas, janelas, presentes, etc...já no quarto ano, li de tudo, até mesmo a coleção completa Menina e Moça, era fascinante. Partindo disso, sempre sonhei em ser professora de português para incentivar a leitura e a escrita."

Nathali Ingrid de Castro:

"Eu aprendi a ler e a escrever em casa, com minha mãe, ela que tendo a mãe analfabeta passou a adolescência ensinando adultos a ler e escrever, pois sentiu na tristeza deu sua mãe o que é ter os olhos fechados para o universo das letras. A ela e ao meu pai, agradeço o fato de ter crescido em uma casa de muitos livros, tantos que minha diversão era contá-los, separá-los, namorá-los, separando pilhas daqueles que cativavam minha atenção e aguçavam a curiosidade. Quando adolescente me refugiava também nos livros, tinha com eles aquela sensação de conhecer pessoas e idéias que eram ricas, e tão diferentes do mundo que eu conhecia, criei então uma lista, leria 100 livros antes de terminar a escola, a lista ficou para trás, os livros não. No clube de poesia da escola descobri o prazer de escrever, e se depois vim a ser técnica, e escritora dentro da limitação a que o trabalho científico me obriga, guardo nos meus cadernos de verso a liberdade de quem esculpe com palavras na tentativa de materializar com algo de concreto o mundo dos sonhos."

Rosangela Alexandrine dos Santos:

"Sempre gostei de escrever, até tive, no primário, uma redação minha lida pela professora para a classe toda, o tema era livre e escrevi sobre o primeiro beijo. Fui muito elogiada, mas era muito tímida na época e isso cortou um pouco minha trajetória na escrita. Mais adiante tive outros sucessos em redações de escola e, então, já sabia que a leitura/escrita tinham grande importância na minha vida. Quando adulta pude realizar meu sonho de estudar Letras e no Trabalho de Conclusão de Curso, que teve a nota máxima, descobri que essa minha paixão pelas letras surgiu a partir das histórias que meu pai contava para mim e meus três irmãos. Na sua simplicidade de homem do interior conseguia passar para seus filhos atentos toda a emoção de seus “causos” criativos e adornados de entonações de voz e gargalhadas propositais que nos remetia a mundos fantásticos e misteriosos. Só fui despertar para isso na feitura de meu TCC, visto que quando se lê e escreve muito, a sensibilidade vem à tona e com ela as memórias adormecidas. Eu mesma sempre consegui criar histórias repentinamente para contar à minha filha, que já estava cansada das velhas conhecidas, mas essa consciência só veio a termo depois de muito ler e escrever para concluir meu trabalho, então cheguei à conclusão de que uma das maneiras de despertar a consciência leitora e escritora pode acontecer justamente lendo e escrevendo e a partir de então comecei a estimular minha filha de 12 anos – que escreve desde os nove – a ler mais e a escrever, e ela faz isso com muita propriedade."

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